Lançado em 1º de fevereiro de 1870 no estaleiro de Maudslay da Son & Field, de Londres, com 71 m de comprimento, 11,6 m de boca e 6,7 m de calado, o Blackadder foi construído com base nos mais altos requisitos para embarcações de ferro na época, recebendo completos e apetrechos para navegação à vela, porém, os mastros possuiam um grave defeito de fabricação em seus suportes, o que traria diversos problemas para o navio no futuro e ao longo da sua existência.
Justificando a definição que Lubbok fez do Blackadder como sendo ele “o navio que nunca teve sorte”, em sua primeira viagem um dos seus mastros começou a tombar, o que fez a embrcação e inclinar perigosamente. Antes que podessem ser feitos os reparos o mastro desabou sobre o convés espalhando pedaços e destruíndo parte do deck. Este foi o primeiro de muitos acidentes com os mastros do Blackadder ao londo da sua existênca.
Outro mastro também apresentou problemas e buracos foram abertos no deck, por onde entrava muita água. Durante uma viagem do Rio de Janeiro para a cidade do Cabo o navio sofreu três colisões. Em 1873 o Blackadder perdeu um dos mastros durante um furacão no oceano Pacífico, e em outubro deste mesmo ano durante uma viagem para Melbourne (Australia) a embarcação foi jogada por uma tempestade em um recife costeiro.
Mas nem só de tragédias e faltas de sorte foi marcada a história deste navio, em 1872 o Blackadder fez em 95 dias o trajeto entre Foochow e Londres com uma carga de chá, batendo o recorde da época.
Em 1899 a embarcação foi vendida para companhia norueguesa J. Aalborg, Kragero, e em 11 de setembro de 1905 o Blackadder seguiu então para a sua última viagem, partiu com destino à Bahia carregado 700 toneladas de carvão, onde no dia 04 de novembro uma forte tempestade jogou o veleiro nos recifes costeiros em frente à fábrica de tecidos na praia da Boa Viagem, Salvador (12º56’12”S-038º30’38”W), e no dia seguinte a embarcação sossobrou adernada sobre o costado de estibordo, posição em que se encontra ainda hojea profundidade entre 9 e 12m.
Devido a ação das fortes correntezas e pilhagens o Blackadder hoje encontra-se parcialmente desmantelado. A estrutura de popa encontra-se parcialmente íntegra e ainda é possível ver o volante do leme ainda na sua posição natural, a proa é a parte mais conservada do navio. Apresenta um incomum escovém retangular, além de um mastro do tipo gurupés, uma escada de acesso ao interior do casco e dois cabeços de amarração, um em cada bordo. Na popa existem roldanas por onde passavam os cabos das velas. Em quase toda a embarcação é possivel observar a estrutura do cavername. Os três mastros encontram-se deitados no fundo, um na popa, um a meia-nau e um na proa.
Maquinários, apetrechos de navegação, escotilhas e outros utensilios e peças não são mais encontrados entre os destroços, o que indica que o navio foi “limpo” ao afundar ou pilhado ao longo dos anos.
Não faz muito tempo ainda existiam algumas escotilhas de bronze pelos destroços. Reza a lenda que ainda existe alguma escondida por lá e espero que continue escondida.
Hoje o naufrágio encontra-se todo recoberto por iesponjas, corais pétreos e octocorais que servem de abrigo a várias espécies de ivertebrados como o camarão-palhaço (Stenopus hispidus) e o carangueijo-aranha (Stenorhynchus seticornis), além de diversas espécies de peixe, como o frade (Pomacanthus arcuatus), o parú (Pomacanthus paru), ciliares (Holacanthus ciliaris), salema (Anisotremus virginicus), peixe-morcego (Ogcocephalus vespertilio), e até mesmo cavalo-marinho (Hippocampus reidi), entre muitos outros. Ocasionalmente tartarugas marinhas são vistas nos destroços do navio.
Mas o Blackadder, mesmo depois de naufragado a pouco mais de 100 anos faz jus à definição do navio que nunca teve sorte, o navio é um dos principais pontos de pesca criminosa com o uso de explosivos na baía de Todos os Santos, atitude que além de matar exemplares da fauna vem danificando as estruturas do naufrágio.
Este texto foi escrito com base nas informações obtidas no site Naufrágios do Brasil (http://www.naufragiosdobrasil.com.br/),
no site de Lars Bruzelius (http://pc-78-120.udac.se:8001/www/Nautica/Ships/Clippers/Blackadder(180).html) e observações realizadas in loco pelo autor.
Outro mastro também apresentou problemas e buracos foram abertos no deck, por onde entrava muita água. Durante uma viagem do Rio de Janeiro para a cidade do Cabo o navio sofreu três colisões. Em 1873 o Blackadder perdeu um dos mastros durante um furacão no oceano Pacífico, e em outubro deste mesmo ano durante uma viagem para Melbourne (Australia) a embarcação foi jogada por uma tempestade em um recife costeiro.
Mas nem só de tragédias e faltas de sorte foi marcada a história deste navio, em 1872 o Blackadder fez em 95 dias o trajeto entre Foochow e Londres com uma carga de chá, batendo o recorde da época.
Em 1899 a embarcação foi vendida para companhia norueguesa J. Aalborg, Kragero, e em 11 de setembro de 1905 o Blackadder seguiu então para a sua última viagem, partiu com destino à Bahia carregado 700 toneladas de carvão, onde no dia 04 de novembro uma forte tempestade jogou o veleiro nos recifes costeiros em frente à fábrica de tecidos na praia da Boa Viagem, Salvador (12º56’12”S-038º30’38”W), e no dia seguinte a embarcação sossobrou adernada sobre o costado de estibordo, posição em que se encontra ainda hojea profundidade entre 9 e 12m.
Devido a ação das fortes correntezas e pilhagens o Blackadder hoje encontra-se parcialmente desmantelado. A estrutura de popa encontra-se parcialmente íntegra e ainda é possível ver o volante do leme ainda na sua posição natural, a proa é a parte mais conservada do navio. Apresenta um incomum escovém retangular, além de um mastro do tipo gurupés, uma escada de acesso ao interior do casco e dois cabeços de amarração, um em cada bordo. Na popa existem roldanas por onde passavam os cabos das velas. Em quase toda a embarcação é possivel observar a estrutura do cavername. Os três mastros encontram-se deitados no fundo, um na popa, um a meia-nau e um na proa.
Maquinários, apetrechos de navegação, escotilhas e outros utensilios e peças não são mais encontrados entre os destroços, o que indica que o navio foi “limpo” ao afundar ou pilhado ao longo dos anos.
Não faz muito tempo ainda existiam algumas escotilhas de bronze pelos destroços. Reza a lenda que ainda existe alguma escondida por lá e espero que continue escondida.
Hoje o naufrágio encontra-se todo recoberto por iesponjas, corais pétreos e octocorais que servem de abrigo a várias espécies de ivertebrados como o camarão-palhaço (Stenopus hispidus) e o carangueijo-aranha (Stenorhynchus seticornis), além de diversas espécies de peixe, como o frade (Pomacanthus arcuatus), o parú (Pomacanthus paru), ciliares (Holacanthus ciliaris), salema (Anisotremus virginicus), peixe-morcego (Ogcocephalus vespertilio), e até mesmo cavalo-marinho (Hippocampus reidi), entre muitos outros. Ocasionalmente tartarugas marinhas são vistas nos destroços do navio.
Mas o Blackadder, mesmo depois de naufragado a pouco mais de 100 anos faz jus à definição do navio que nunca teve sorte, o navio é um dos principais pontos de pesca criminosa com o uso de explosivos na baía de Todos os Santos, atitude que além de matar exemplares da fauna vem danificando as estruturas do naufrágio.
Este texto foi escrito com base nas informações obtidas no site Naufrágios do Brasil (http://www.naufragiosdobrasil.com.br/),
no site de Lars Bruzelius (http://pc-78-120.udac.se:8001/www/Nautica/Ships/Clippers/Blackadder(180).html) e observações realizadas in loco pelo autor.